MATÉRIAS

segunda-feira, 27 de junho de 2011

ENQUADRAMENTO: PECADOS IMPERDOÁVEIS

Se na hora de fazer um enquadramento de imagem na cena, você pensa que pode fazer de qualquer maneira pois a onda é "quebrar as regras", saiba que você está pisando em campo minado. Do perfeito ao inadmissível a linha divisória é tênue e pode colocar uma produção - que seria perfeita - numa sequência de cenas amadoras e incomodas. 
Noiva "degolada". Excelente, para filme de terror.
Tudo o que escrevo é baseado em experiências vividas, quer seja trabalhando ou apenas observando. Foi assim que cheguei nesta postagem.
Uma boa composição é o que difere uma boa imagem de uma imagem ruim. É importante saber como enquadrar uma pessoa ou objeto em uma cena. As regras criadas na fotografia são extensivas ao vídeo e esse papo de que devemos quebrá-las só cabe a quem tem bom gosto, conhecimento técnico e sensibilidade a estética. Fora isso, corre-se o risco de fazer enquadramentos sem nexo, tirar a atenção do espectador a outros pontos que não são importantes na cena, além de deixar o trabalho visualmente amador ou completamente sem sentido. “Fotografia é uma arte e é assim que deve ser encarada”

O enquadramento de uma determinada cena em vídeo deve ser avaliada quando estabilizamos a cena ou temos o quadro parado. Durante os movimentos a avaliação é bem subjetiva e será assunto de outra postagem.

Dica do Keko: Ao quebrar alguma regra, verifique se a mesma não quebrou a harmonia da cena, não causou incomodo visual ou desviou o olhar para outro ponto fora do interesse.

Sentido de leitura
Na nossa cultura do ocidente, nosso sentido de leitura é sempre da esquerda para a direita e de cima para baixo. Por isso a Globo usa sua marca d’agua no canto esquerdo inferior da tela. É discreta e não incomoda. Com a fotografia é a mesma coisa, lemos a imagem da mesma forma. Sabendo disso podemos direcionar o olhar do espectador da imagem da esquerda para a direita, provocando seu olhar ao ponto de interesse que queremos que ele observe.
Quando
colocamos um objeto ou pessoa do lado esquerdo da imagem, existem técnicas que  conduzem o olho do espectador diretamente para a cena em destaque. Assim este olhar vai observar primeiramente o que você quer na cena, depois o que aparece ao redor.

Ponto de interesse
É toda finalização de cena que dirige o olhar do espectador ao assunto que você quer mostrar.  O espectador até pode observar outros pontos mas o objetivo é conduzir o primeiro olhar ao foco principal. O que o cinegrafista deve ter em mente, durante todo o processo de gravação, é onde ele quer conduzir o olhar de seu espectador. É algo psicológico e automático. Com a técnica correta, observamos primeiro o que o cinegrafista quer nos mostrar. Se a cena for curta, o espectador não terá tempo de olhar outra coisa. Somente o alvo. 


Na imagem do casal, nosso olhar vai direto para os rostos do casal, depois para as mãos. Este é o ponto de interesse. Perceba que quando esta imagem suge diante de seus olhos, você vai direto para o rosto. Se o take demorar mais, aí nosso olhar começará a explorar mais a cena, observando a natureza de background.  
Durante a produção de um clipe de noiva e making of, o senso de enquadramento do cinegrafista deve estar mais apurado, senão corre o risco de mostrar tudo no ambiente, menos o foco principal, os noivos.

Dica do Keko: Transforme o ato de filmar em algo consciente, e verá que o resultado final será bem melhor do que ficar filmando a esmo, sem compreender o evento como um todo.

Regra dos terços
Essa é a mais famosa regra de enquadramento. Dizem que quem a criou foi Leonardo da Vinci. Por isso ela começou a ser usada em pinturas, depois foi para a fotografia e logo em seguida para o vídeo. Com ela em mente evitamos cenas extremamente centralizadas e permite distribuir melhor as pessoas ou objetos dentro do frame. Mas entenda que a regra é entender a regra e saber como e quando quebrá-la. Por isso o bom senso e experiência devem estar sempre startados. E também que não é proibido centralizar, mas cenas descentralizadas tendem a criar uma visão mais ampla do que queremos mostrar.
Esta regra consiste em dividir a cena em duas linhas horizontais e verticais. Na filmadora você pode ativá-la na opção “grid”.  Na junção destas linhas é que faremos a composição da nossa cena. Assim poderemos distribuir e enquadrar nosso alvo de forma agradável.


Distribuindo os objetos através dos terços, criamos imagens mais dinâmicas e agradáveis de se ver, deixando a cena bem mais harmoniosa. Tanto vale para natureza como para pessoas. Posicione a pessoa ou objeto sempre mais ao lado das linhas e não no centro da cena. As linhas ainda lhe ajudarão a manter a linha do horizonte na posição correta. Claro que você poderá fazer imagens viradas, fora da linha do horizonte, mas elas ficarão claras da sua intenção e o espectador entenderá que não foi barbeiragem.

Ponto de Ouro
No encontro das linhas dos terços encontramos os pontos de ouro. Nestes encontros localizamos pontos de grande interesse dos olhos humanos. Na foto abaixo é onde marquei com os pontos vermelhos. Objetos, detalhes e cenas que estiverem neste ponto, chamarão a atenção do seu espectador.


Repare nesta cena. O ponto de ouro está exatamente no rosto da noiva e no buquê. É onde primeiramente nossos olhos irão decupar a cena. Se o take for mais longo, logo em seguida iremos explorar visualmente outros pontos da cena.
Se fizermos uma cena de close de rosto, colocamos ali os olhos da pessoa. Se for uma cena de meio corpo, posicionamos no ponto de ouro o centro do rosto, se for de corpo inteiro a cabeça.
Se sua cena for com objetos, como um buquê, as alianças, o sapato da noiva, o ideal é  que eles estejam posicionados em um dos 4 pontos de ouro. Tudo o que você quiser dar um destaque maior, coloque ali naqueles pontos, lembrando sempre da leitura de nossos olhos, que começam sempre pelo canto superior esquerdo.

Safe Area ou Limite de imagem
A safe area é uma linha limítrofe entre o que vai ser enquadrado e o que vai aparecer efetivamente na TV da casa do cliente. Foi criado no início das transmissões televisivas para que o operador de câmera soubesse que 5% das imagens laterais não iriam aparecer na casa dos telespectadores. Com o advento da tela de LCD quase tudo o que filmamos aparece na transmissão (há ainda uma perda de 1%). Mesmo assim devemos respeitar este limite pois cenas muito encostadas na borda da tela dão um incomodo visual a quem assiste.

Planos e enquadramentos
Quando afastamos a câmera em relação ao nosso alvo, levando-se em conta todas as regras citadas acima, devemos lembrar que nossa cena um possui uma narrativa, um conteúdo dramático próprio. E é aí que muita gente, incluindo muito “Ás” da fotografia e filmagem, acabam querendo fugir das regras e transformam suas cenas em enquadramentos incômodos e agressivos. Fugindo da unidade de linguagem.
Para os planos de enquadramento, definimos como gerais,  médios e primeiros planos.
Enquadrar o nosso centro de interesse focalizando objetos em “Primeiro Plano”, nos dá sensação de profundidade.  Falamos também de “Segundo Plano” quando enquadramos assuntos, pessoas ou objetos, que aparecem por trás da cena principal.

Cena de um plano geral onde o ambiente de fundo faz a composição da cena
Grande Plano Geral (GPG) – O ambiente é o foco principal. Se seu assunto fizer parte da cena, deixe claro que ele está dominado por este ambiente.  Mas não o subestime, valorize seu assunto neste vasto ambiente. Muito usado para externas e making of com o casal.

Plano Geral (PG) – Aqui, o ambiente divide a cena com o assunto. Há um equilíbrio entre ambos. Mostra tanto o cenário em que ocorre a cena quanto seu assunto principal, mostrando uma interação entre ambos.

Plano Médio (PM) – É o enquadramento em que o seu assunto principal preenche toda a cena. Pode ser inteiro, dos pés na parte inferior do enquadramento até a cabeça no alto do enquadramento. Ou mesmo da cintura para cima.

Primeiro Plano (PP) – Enquadra o assunto dando destaque as expressões, gestos, emoções. Neste tipo de enquadramento você quer mostrar apenas seu assunto e seu comportamento. Nada mais.

Plano de Detalhe (PD) – Você dá destaque a parte do corpo. Olhos, boca, mãos, pés. Dentro desde enquadramento deve-se respeitar a harmonia da cena e sempre ter em mente a regra dos terços e o ponto de ouro.

Enquadramentos – Este é o nosso foco central nesta postagem.Então citarei o que não se deve fazer jamais, mesmo que você ache que a moda é quebrar as regras. Lembre-se: Para se quebrar regras tem que ter atitude, bom gosto e conhecimento total delas. Senão você será mais um amador tentando dar uma de profissional.

Jamais corte ou finalize suas cenas nos membros, como mãos (no meio do punho) ou dedos, cabeça (deixando apenas o pescoço), a boca na horizontal, olhos na horizontal, corte no meio das coxas, corte das panturrilhas e canelas. Mesmo se o vídeo for para demonstrar ou apresentar algum produto, como vestido ou bijuteria, valha do bom senso.
É melhor mostrar um colar enquadrando a partir dos seios até entre os lábios e o nariz do que simplesmente “degolando” a modelo, se preocupando apenas com o pescoço.

A regra é clara
Se a cena causar algum desconforto durante a observação ou se o olhar não focar no assunto proposto, mude o enquadramento. Busque a melhor estética. Seja ovacionado pela criatividade do enquadramento e não pela mediocridade da falta de conhecimento.

Ângulos e novos ângulos
A filmadora tanto pode estar posicionada na mesma altura do seu assunto quanto abaixo ou acima dele. Ao registrarmos a cena de cima para baixo ou de baixo para cima, temos que conhecer qual a impresão que queremos passar com o enquadramento. Há uma linguagem muito subjetiva por trás desdes ângulos, o que pode fazer diminuir a pessoa que está em cena (que pode causar idéias negativas como fraqueza e desprezo) ou até o inverso (de domínio e arrogancia). Sempre estude em que contexto você vai captar estas imagens.  E sempre procure novos ângulos e posicionamentos que não firam as regras de bom senso e gosto. São de pequenos detalhes que são construidas as grandes imagens.

Um belo enquadramento com harmonia entre ambiente e assunto
Conclusão
Assim finalizo esta matéria, mostrando que você pode ser inovador respeitando as regras e as quebrando de vez em quando. Sabendo que para quebrá-las você tem que ter o conhecimento pleno da função de cada uma.  Até para se quebrar há regras!
Em sua proxima gravação, pense em cada enquadramento que irá fazer e tente analisar de forma crítica cada cena gravada. Tenha certeza de uma coisa. Quanto mais você tiver conhecimento e preocupação com os mínimos detalhes, mais sua obra aparecerá e seu trabalho se valorizará.
Não pare de estudar nunca. Os que pensam que acham que sabem alguma coisa, quando criticados, perdem a oportunidade de aprender e ficam justificando seus próprios erros. Saia da roda viva e parta para o topo! 
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sexta-feira, 24 de junho de 2011

MAKING OF: LEITE FIORE

Esse é um trabalho que adoro. Natureza, animais, fazenda....
E caímos em campo para a produção do novo institucional da Empresa de Laticínios Leite Fiore. Foram 3 dias de captação no interior do estado e meia locação em outra cidade. Acordando 5 horas da manhã, tomando aquele café legítimo da roça em uma fazenda-indústria e gravando imagens fantásticas.




Equipe de produção
01 cinegrafista
01 diretor de cena
01 assistente
01 Editor
01 Narrador
01 roteirista


Equipamentos usados
01 Camera Sony Z7
01 tripé Manfrotto 028b
01 Claquete
01 Grua 4 metros
Editado em sistema Macintosh


O filme ficou pronto e já roda nas principais feiras agropecuárias do Brasil. Mais uma produção com a assinatura da Memory Brasil.



segunda-feira, 20 de junho de 2011

TRANSMISSÃO DE CULTO AO VIVO VIA WEB

Hoje somos, cada vez mais, uma sociedade tecnológica e a igreja irá se comunicar melhor com as pessoas se souber usar a tecnologia.
Com o acesso facilitado das novas tecnologias, as distâncias encurtaram. De olho nestas facilidades, as igrejas tem produzido verdadeiros missionários virtuais.  A transmissão de cultos online está cada vez mais difundida, levando estes eventos cristãos para além das paredes da igreja e ultrapassando as fronteiras do nosso país. A igreja como um todo deve compreender que os recursos multimídias  fazem parte integral de um culto.
A transmissão ao vivo necessita de um departamento com pessoas capacitadas, estratégias de demandas e equipamentos de primeira. E neste caso, “meia-boca” é um termo que deve ser abolido. Senão o resultado final, na casa do espectador, será um desastre e, consequentemente, haverá perda de audiência.
Começamos por preparar a equipe. Mais do que um simples gestor, o responsável por este departamento, ou ministerio, deverá ter plenos conhecimentos de streaming, captação de imagens, processos de edição, ferramentas administrativas e viabilidade estrutural. Como qualquer empresa, uma igreja também deverá estar antenada em sua visão de futuro. Porque transmitir conteúdo para o mundo todo requer um diagnóstico completo do histórico da igreja, suas origens, visão atual, posicionamento geográfico, etc. Através destes itens a igreja criará uma identificação posicionando sua marca num mar de denominações. A equipe de editores, câmeras, sonoplasta e diretor de corte devera estar em plena sinergia com todos os outros ministerios, sem falar no obvio: conhecer de bate-pronto a sua função.
Tenho visitado algumas igrejas que fazem sua divulgação via web. A maioria ainda trata esta área de forma muito amadora, com pessoal sem conhecimento tecnico e equipamentos de baixa qualidade. Se este trabalho é apenas para ser feito para homens, ainda vai. Mas há algo maior neste trabalho. A divulgação da Palavra de Deus. Então que se faça com excelência.

Os “Cinco Degraus” para transmissão online


Primeiro degrau - Planejamento
Para se usar a tecnologia de forma certa, os conceitos básicos de planejamento são fundamentais. Quantos cultos serão exibidos/mês, quantas câmeras serão usadas durante a transmissão, a equipe está preparada para isso? Possui disponibilidade de tempo e paixão pela obra? A igreja mantém estrutura para edição de material visual, como chamadas, agendamento de eventos, produção e duplicação de vídeos para disponibilidade de venda? Tem backups suficientes para arquivamento de todo o material gerado? O encarregado tem conhecimento gerencial? Sabe construir um cronograma de eventos e escala de pessoal? a igreja irá apenas transmitir seus cultos online, sem mais nenhum aproveitamento multimídia? A igreja está disposta a investir energia, disponibilidade e dinheiro neste projeto? Responda a cada pergunta da forma mais completa e detalhada possível. Após respondidas, suba mais um degrau.

Segundo degrau - Estrutura
Todo o planejamento deve ser inserido dentro da estrutura que será criada. Pessoal, equipamentos, espaço físico e investimento. E a estrutura deve estar adequada dentro da realidade da igreja. Não adianta uma mega-produtora dentro de uma igreja pequena. Ou o próprio ministerio não sobrevive ou o foco da igreja muda de objetivo. Muitas congregações se transformaram em verdadeiras empresas de marketing corporativo. Existem apenas para manter uma identidade religiosa, mas com cunho apenas financeiro. Caem-se os ministérios, o trabalho pastoral, a presença física e se transformam exclusivamente em canais de TV Web. Respeite as limitações de sua igreja, mantenha o foco no Alvo e suba um degrau de cada vez.

Terceiro degrau – Capacitação da Equipe
Comprometimento e capacitação. Duas palavras fundamentais para quem já passou pelas etapas de planejamento e estrutura. Se cada uma das pessoas não estiverem comprometidas com dedicação, responsabilidade e conhecimento, melhor é ficar sentada no banco. Avalie cada um dos interessados em participar do projeto, desde sua disponibilidade até a capacidade de aprendizado. Só amor pela obra, nestes casos, não funciona. Projetos maravilhosos com equipamentos de ponta não farão nada sem o envolvimento e conhecimento das pessoas. O operador multimídia não pode ser alguém exclusivamente tecnico. Deve compreender que também é um “ministro” dentro da obra e deve estar a par do que se passa na comunicação da igreja. A capacitação vai desde um curso para operação dos equipamentos (produção de vídeo, cinegrafia, tecnicas de iluminação) até o conhecimento da própria obra em si. Melhor será investir em treinamento um membro da igreja  do que contratar um profissional externo, sem envolvimento sentimental pela obra.

Quarto degrau – Integração de Ministerios
Como em qualquer processo organizacional de uma empresa, uma igreja deverá ter integração entre os vários ministerios. Todos devem ter uma mesma linguagem visual. Se uma temática for criada para o departamento infantil, por exemplo, o departamento de arte deverá criar o material gráfico em sintonia com o material visual, o briefing do evento deverá ser divulgado de forma coerente e padronizada por todos, do celebrante aos membros, passando por todos os órgãos de divulgação. Isso inclui palhetas de cores a ser usada, música tema escolhida, tipos de fontes. É a união de habilidades pessoais e conexão entre ministerios que, somadas, resulta em uma comunicação integrada e cria uma personalidade única para a Obra. Essa unidade que vai ao ar!

Quinto degrau – Administração e Operação
Com os tres degraus funcionando em harmonia, o quarto degrau será efetivamente a colocação do programa no ar. Para as imagens chegarem com qualidade na casa dos fiéis, a equipe deverá ajustar as câmeras com preocupação para enquadramentos corretos, uso de tripés, cabeamentos ajustados para não haver falhas de sinal, mapeamento de palco (leia: http://kekosinclair.blogspot.com/2010/04/como-produzir-um-show.html), captação de áudio direto da mesa, diretor de corte para planejar a exibição das cenas em consonância com o culto, processos de envio do sinal de áudio e vídeo que deverá passar por um computador com placa de captura, software para encoder, internet banda larga e provedor de streaming que viabilizará a imagem na página de internet da igreja.
Para o processo de transmissão ao vivo via internet, segue um tutoral para configuração do computador que será o gerador de sinal.

Dicas Importantes
Quanto ao tipo de equipamento investido, aqui a qualidade fará a diferença no resultado final: a casa de seu espectador. Câmeras com lux altos (MC2000, HMC80, HD1000) produzirão imagens escuras na tela de sua audiência. Isso porquê há uma perda natural de brilho em todo o trajeto que o sinal faz - da geração, passando pelo provedor e chegando em casa. Para um resultado satisfatório com essas câmeras, a igreja terá que arcar com um alto custo de energia, usando muita luz, transformando o púlpito em um estúdio de TV. Na igreja que fiz uma visita, eles operam com 3 câmeras Panasonic HMC80 e 15 mil watts de luz, distribuidas entre moving e canhões direcionados. Sem falar que a própria iluminação dimmerizada da igreja cria um ambiente de meia luz. E o que vemos em nossa casa, no PC? Uma imagem escura, cheia de sombras e contrastes. Se tivessem investido em uma câmera com menos lux, estariam trabalhando hoje com menos luz. E teriam uma boa economia na conta de energia. caso a igreja não tenha interesse em investir muito nas câmeras HD, outra sugestão será comprar as imbatíveis Sony PD170 - apenas 1 Lux - e excelentes para este tipo de trabalho.

O sucesso da transmissão, começando pela mensagem pregada, ações de divulgação e a transmissão em si, será medida com a audiência que estará do outro lado da conexão, diante das telinhas dos computadores.

Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. Icoríntios 12:4-6
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sábado, 18 de junho de 2011

MR. K DESVENDANDO O SLIDER DOLLY



Os fabricantes dos Slider Dollies industriais guardam um segredo à sete chaves.
De onde vem as peças para se fabricar este equipamento que é desejo de 9 entre 10 cinegrafistas?


O que é isso Mr. K? (Parodiando o Mr. M)
O Blog do Keko Sinclair desvenda mais um mistério. Disponibiliza para você montar em casa o famoso Slider Dolly original, que é vendido por U$ 1200 e tem assinatura de grandes marcas internacionais.

Slider Dolly Original - Nada de tubos duplos, rodinhas. É engenharia pura.

Um grande fabricante de polímeros e componentes metálicos, que tem suas peças usadas ​​em milhares de indústrias espalhadas pelo mundo, se chama Igus Inc. Em algum momento, um técnico mecânico da empresa descobriu que os mecanismos de deslizamento que eram produzidos na fábrica eram perfeitos para fazer uma câmera deslizar. Então a Igus começou a projetar alguns modelos de teste, para logo em seguida se tornar um dos principais fabricantes de slider do mundo. Todo o resto de equipamentos e marcas que você vê por aí, em qualquer lugar do mundo, copiou da Igus. Então você já percebeu uma das palavras-chaves desta minha postagem: Automação industrial. E o que o técnico da fábrica observava era um trilho, que se chama Guia Linear (outra palavra-chave) com um patins deslizante fixado nele. 

Guia Linear e Patins. Compre sempre as duas peças juntas.
As Guias Lineares são utilizadas em grandes indústrias onde necessitam de deslocar grandes e muitos volumes de forma automatizada, sem a presença de operadores. É facilmente encontrado em fábrica de automóveis, laminadoras de vidros e, próximo da região onde vivo, do Centro de distribuição da Chocolates Garoto. Um imenso galpão onde milhares de caixas de chocolate deslizam de um lado para outro para serem estocadas ou despachadas para o mundo todo.

E porque estas palavras-chaves não são usadas nos sites dos fabricantes? Senão você vai lá e compra um metro de Guia Linear e um patins e faz seu slider em casa. E a solução agregada ao produto mais a griffe da marca deixa de faturar nas suas costas.

Então comecei a pesquisar e ver quem fabrica e comercializa guias lineares. Achei vendedores no Mercado Livre (use as palavras-chaves) e estes sites aqui.


Algumas empresas não vendem para pessoa física, outras não vendem 1 metro. Somente milhares de metro. O jeito é pesquisar. E foi pesquisando que consegui comprar na mão de meu amigo e grande colaborador Joel Miranda, 80 cm do trilho mais desejado do momento para minha produtora, acompanhado de um patins. E assim arregacei as mangas e construí meu slider, onde usei mais alguns materiais para a eficiência do equipamento.

Material usado
80 cm de trilho de guia linear
01 patins
01 ball head (cabeça de tripé Manfrotto)
10 cm de cantoneira de alumínio
01 parafuso para ser usado como freio
02 parafusos com porca borboleta
01 regua de pedreiro
04 pés de armário com regulagem de altura

Meu slider dolly com uma GoPro. Uso também a NX5 sem problemas.
Cortei a regua de pedreiro em duas partes, de 20 cm cada. Por baixo coloquei os pés com regulagem de altura para trabalhar com o slider no chão ou mesa. os 2 parafusos com porca borboleta usei para prender a guia linear nas duas reguas. A borboleta ainda funciona como limitador para o patins não sair do trilho.




Depois dos pés e suportes de piso devidamente instalados, vamos a colocação do patins, freio e colocação da ball head. Utilizei uma cantoneira de alumínio (10 cm) onde coloquei um parafuso invertido, que fará a fixação da cabeça onde será presa a câmera. Nessa cantoneira coloquei também um parafuso com cabeça plástica (tirei de um suporte de luz) onde ele funciona como freio. Se eu deixar o sistema parado, é bom travar o patins para ele não deslizar e bater na ponta da guia. Outra dica: pode-se usar também uma cabeça de tripé comum.




Comprando a Guia Linear junto com o patins, você não tem que fazer nada. O patins já desliza dentro da guia. O importante é, na hora da compra, comprar o conjunto pois existem diversos tipos de patins e Guias. O meu patins é preso por dentro do trilho. Outros modelos são inversos. O patins corre por fora do trilho. Qualquer opção funcionará bem.




Para eu ter a opção de trabalhar com o slider em um tripé, fixei um engate rápido debaixo da guia. Neste caso fiz um furo menor que o do engate, e com o auxílio de um parafuso maior, esculpi os sulcos para o engate prender direto no trilho. Não poderia colocar uma porca por dentro pois corria o risco de atrapalhar a passagem do patins. E deu certo!



E assim ficou pronto meu projeto - BBB - Bom, Bonito e Barato. Gastei exatos R$ 215,00 e o resultado obtido com as imagens é extraordinário. O próximo projeto será colocar um motor que faça a câmera deslizar sozinha. Assim poderei dar meus passos profissionais a imagens em time lapse, minha atual paixão.


Espero que tenha gostado e que possa fazer um também. Precisa apenas de força de vontade e capricho pra não ficar com cara de gambiarra.
Agora um pequeno vídeo de umas gravações feitas com meu slider e uma câmera GoPro.


terça-feira, 14 de junho de 2011

FILMAGEM COM HELIMODELISMO



Uma tendência cada vez maior é se usar helimodelismos para captação aérea. Devido ao alto custo de locação das aeronaves tradicionais, cada vez mais o Brasil tem sido inundado por este tipo de serviço. Na cidade de Belo Horizonte, 1 hora de helicóptero nao sai por menos de 3.500 reais. Em Vitória o valor é um pouco mais ameno, 2.500 reais. Por mais que o cinegrafista se prepare para que suas captações sejam objetivas, raramente conseguirá fazer alguma coisa com apenas 1 hora. Então o custo final de um trabalho com imagens aéreas acaba inviabilizando o prosseguimento da produção. Ou até mesmo o fechamento.

De olho na falta de opção, algumas produtoras aproveitaram esse nicho e estão oferecendo captações feitas por helimodelismo. Um mercado que o videomaker americano se esbalda já há muito tempo.
Engana-se quem ache que basta chegar numa loja especializada e comprar um helicóptero da promoção e sair voando por aí. Primeiro é o valor. Aeronaves com preços inferiores a 5 mil reais não são as ideais para o transporte de câmera onboard. Segundo é que para se “pilotar” um equipamento destes é necessário um curso para comandar com precisão os joysticks. Senão a queda pode ser pior que a esperada. Não só perder o equipamento como causar um acidente grave em quem estiver embaixo.
Então o preço do helimodelo está ligado ao tamanho. Quanto maior, mais caro. Quanto maior, melhor. O cálculo para ver o que uma pequena aeronave suporta é ver seu peso total. Se tiver 2 Kg, por exemplo, ele suporta levantar uma câmera de até 0,80 Kg. É por esta razão que cada vez mais a GoPro é a mais procurada para este quesito.  Para se conseguir menor redução de vibração e ruido, escolha helicóptero elétrico. Ao escolher qual motor e bateria usar, a atenção deve se voltar mais para economia, capacidade e peso, do que se voltar para a potencia máxima descarregada durante um curto período. 
Os modelos mais procurados para se fazer uma GoPro voar são: T-rex 600, Raptor 90 com modificações, CB 5000.
Quem é louco por diferencial ou procura um mercado em plena ascensão, sugiro que comece suas pesquisas por modelos que possam transportar câmeras ou até mini dirigíveis (que não geram ruído) para gravações indoor. Imagine um cerimonial onde uma câmera navegue por cima de todos? 
A dica foi dada. Agora é com você.



MAKING OF: HIDRELÉTRICA DE AIMORÉS/MG

Mais um trabalho nosso para registro aqui no blog. Desta vez foi a Hidrelétrica de Aimorés/MG que recebeu a visita da equipe Memory Brasil. Como o trabalho foi executado em sigilo contratual, não estarei postando o vídeo que resultou esta demanda. Mas as fotos de parte da execução do trabalho você poderá ver aqui.




Neste trampo o equipamento foi o mais compacto possível, já que ficaríamos em campo o tempo inteiro, sem disponibilidade de carro ou auxílio de transporte de material.


Equipamentos utilizados
01 Filmadora Sony HVR Z7
01 Lente Grande Angular Olho de Peixe
01 Tripé Manfrotto cabeça 028 (modelo antigo)
01 Canon D60 com várias lentes


De quebra, entre um intervalo a outro, pude brincar com algumas cenas, que resultaram neste belo filminho em Time Remapping. Espero que sirva de inspiração.


quarta-feira, 8 de junho de 2011

GRAVANDO EM TIME LAPSE




A técnica de time lapse ou lapso de tempo consiste da captura de várias imagens, com pausa entre elas, que é sequenciada em uma velocidade mais elevada do que a taxa de quadros original. É basicamente um vídeo em que tudo se move em alta velocidade. Não confunda com Time remapping, ou remapeamento de tempo. São coisas diferentes. Enquanto remapping é uma gravação contínua, lapse são intervados entre as cenas. O remapping pode ser feito com filmadoras e câmeras fotográficas enquanto o lapse só é possível a partir de câmeras fotográficas.
Deve-se programar o equipamento para clicar automaticamente de tempos em tempos.  Fazer isso manualmente? Nem pensar. Botar a mão na câmera? É vela e caixão. Trabalho perdido. No meu caso estou usando a GoPro com intervalos de 3 em 3 segundos.
Vela este filminho que fiz brincando. Durou uma tarde inteira até o anoitecer:


Dominar completamente a arte com criatividade faz tanto sucesso que grandes nomes da produção de vídeo emergem neste segmento em todos os cantos do mundo.
Eu virei um apaixonado pela técnica. E o grande charme disso tudo é poder tratar a primeira foto no Photoshop e depois aplicar a todas as outras de forma rápida.
As melhores ações de gravar vídeo com lapso de tempo são as que levam um bom tempo para acontecer. Há muita coisas ao nosso redor que dá pra fazer excelentes vídeos. 

Aqui está uma lista delas
Mudanças climáticas – formação ou movimento de nuvens, névoa e nevoeiro, chuva.
Fontes de luz - o pôr e nascer do sol, o curso do sol no céu, a lua, as estrelas, a noite se transformando em dia, raios de luz penetrando nas nuvens.
Marés - o fluxo e o refluxo do mar, a cheia e vazão de marés.
Pessoas - multidões que se deslocam em grandes espaços.
Construção – Uma obra em construção, um prédio sendo erguido, guindastes em movimento. Sugiro cliques a cada 30 ou 60 segundos.
Tráfego de carro - carros em movimento nas ruas durante a noite, em pontes, em garagens. Ideal são cliques de 3 ou 5 segundos.
Obra - um pintor produzindo uma pintura a óleo. Criações gráficas de computador podem se enquadram nesta categoria também.
Plantas - uma rosa abrindo suas pétalas, uma semente germinando. Cliques de 60 em 60 segundos.
Trajeto de veículo em movimento - uma visão rápida de uma viagem inteira.

Se fizer cenas diferentes, você poderá misturá-las para uma transição mais suave entre as diferentes imagens. Para uma quebra nas ações monótonas, pode-se incluir efeito ao contrário, como slow motion ou até mesmo tempo real. O que vale é combinar a passagem de uma cena para outra.


Super dica 
Essa é muito legal. Aprendi fazendo pesquisas da técnica e aprendi um macete para aplicar o efeito de panning. É o movimento da câmera durante a captura das imagens. Pode-se usar um slider motorizado – com movimento ultra lento – para sequencia de movimento lateral, ou um giro da câmera em 360 graus usando um timer de cozinha. O timer gira enquanto a câmera captura as fotos (o ideal neste caso é a cada 2 segundos).



Como posso usar em vídeos sociais?
Que tal registrar o movimento de nuvens com a igreja ao fundo?
Ou a cerimonia ou festa inteirinha em lapso de tempo que resulta em um filminho de 1 minuto? Ou a noiva em todo o seu processo de transformação?
A ordem é criar, inventar e seduzir seu cliente com coisas diferentes. Lembre-se: hoje em dia ganha-se da concorrência com diferencial. Tá cheio de gente fazendo a mesma coisa, e todo mundo se copiando.
Que tal inovar?

Um casamento completo em time lapse:

CASAMENTO: QUE CLIENTE VOCÊ QUER?

Um espaço moderno e aconchegante atrai seu cliente e lhe rende bons lucros.
Você pode escolher que cliente você quer. Tudo vai depender da atitude e da cara que você dará ao seu negócio.  Vamos a um belo exemplo de mudança de foco. Lembra da Towner, aquele furgãozinho da Kia focado para compradores de baixa renda que precisavam de um veículo barato e de multi-uso? Vendeu muito, a fábrica ganhou muito dinheiro mas com isso teve que montar uma estrutura monstruosa para a manutenção desses carrinhos. Após uma decisão estratégica da fábrica, o foco deles mudou. A Kia abandonou o mercado de carros populares e entrou num segmento para poucos: a produção de carros de luxo e de alto padrão. Sucesso de vendas e faturamento recorde a cada novo lançamento. A multinacional coreana teve atitude, trocou de mercado e virou o jogo.
Você também pode escolher quem vai ser seu cliente.
Sala, loja ou casa. Não importa. O que interessa é seu endereço ser comercial e não residencial.
Se seu desejo é atender clientes de baixo poder aquisitivo, o investimento é proporcional ao custo final do produto. E 80% do mercado de vídeo social está focado neste segmento. Videomakers entram neste mundo pensando no negócio como um complemento de renda, um bico de final de semana ou um passatempo remunerado. Com um lucro já pequeno e dividido entre os gastos pessoais, investem em câmeras baratas que geram um produto final amador. Acabam instalando sua “produtora” num dos cômodos da casa e carimbando de vez seu perfil como de vídeo de baixo custo. Não entenda isso como um mau negócio. Nem se ofenda com minha explanação. Mesmo os trabalhos focados neste segmento são bastante rentáveis, porém o filmador, ou cinegrafista, terá que trabalhar mais por menos.
Fique atento: Quem faz a cara de seu negócio é você e não seu cliente.


Lembro quando decidi mergulhar no mundo do casamento e comecei a fazer filmagens como bico. Claro que havia paixão, dedicação e qualidade. Até porque eu tinha um pedigree que era trabalhar em uma emissora de TV. Mas como começou como um bico, eu atendia meus clientes em minha casa. A ilha de edição era no quarto do meu filho. Uma cama, brinquedos espalhados, uma mesa com dois vídeos S-VHS e uma filmadora. Só. E confortavelmente instalado em um bairro residencial num conjunto popular. Meu preço? compatível com que meu cliente via. Bom, isso foi a bastante tempo até estudar, ler muito e entender que detalhes fazem a alma do negócio. E depois mudar de mala e cuia para uma localização nobre e comercial da cidade.
Para oferecer um trabalho diferenciado e de alto valor agregado, não basta fazer um bom trabalho. Toda a estrutura deve estar em sintonia com seu produto. Um bom local de trabalho em região nobre, atendimento especializado, equipe antenada, equipamentos de primeira e um trabalho que encha de lágrimas os olhos do cliente. Saiba que acima do produto que você vende, está sua marca e atitude de vencedor. A Memory Brasil percebeu há bons anos atrás que o cliente quer ver o que há por trás das cortinas, e sempre os leva a uma visita aos bastidores da produção. Quem não se sente seguro, entregando o dia mais importante de sua vida a uma empresa que tem estrutura? Basta um rápido passeio para nosso cliente perceber que ele estará em boas mãos. Isto é estratégia.

A Memory segmentou seu atendimento. Para a área infantil chama-se Memory Kids
Por falar em marca, as produtoras mais criativas do mercado estão fugindo do velho estilo de usar o nome do fundador como marca. Estão ousando em nomes fora do padrão que ajuda, e muito, na personalidade do negócio. E dá liberdade, ao dono, de poder montar uma equipe onde ele deixa de ser o centro de tudo - o que é normal em nossa profissão. Quem nunca fechou um casamento onde o casal quer que você vá? Eles não querem a empresa atendendo. Querem você! Já pensou se naquele dia lhe der uma diarréia?

Estrutura, localização, atendimento. Tudo influencia nos valores e fechamento de negócios
Qual é o nome que passa mais poder de resultados se você fosse assinar um contrato? Nunes Filmagens (somente um exemplo. Que Nunes me perdoe) ou Etnia Filmes? É um conceito antecipado (pra não dizer preconceito) ou uma percepção de criatividade antecipada? Cada vez mais nomes criativos e de atitude invadem o cenário audiovisual. Essa é a personalidade que marca seu negócio e que pode ser reconstruída caso algo dê errado. Um nome próprio, de família, pode ter máculas eternas.
Pense nisso.
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