Tomadas aéreas sempre valorizam, e muito, seu trabalho. |
Faço imagens aéreas há mais de 15 anos. Pode parecer até fácil, mas gravar cenas de helicóptero requer experiência, atenção, disciplina e não ter medo algum de altura. Minha primeira gravação apareceu como por acaso. Lembro que uma empresa global acabou com a terceirização da mão de obra no porto e os estivadores, prejudicados com a nova política, partiram para "o tudo ou nada". A equipe de TV que iria cobrir estava toda defasada pelo excesso de externas, então um amigo meu que trabalhou na Globo junto comigo me repassou a empreitada. E lá fui eu voar. O cinto foi enrolado e amarrado a cintura, sentei no assoalho da aeronave, coloquei os pés no estribo e lá fomos nós. Junto comigo acompanhava meu saudoso amigo fotógrafo Flávio, já falecido, que ficou deitado no helicóptero, só com a cabeça e a câmera pro lado de fora. Era eu, ele e o piloto, ninguém mais. O porto parecia cena de guerra: Incêndio por todos os lados, empilhadeiras andando de um lado a outro derrubando escritórios, passando por cima de carros, e o mais incrível: a estiva estava movimentando um guindaste gigante para derrubá-lo ao mar. Sem sucesso!
Tiros foram disparados para cima, helicóptero da polícia passava a centímetros de nossa aeronave e lá estava eu, gravando tudo.
Confesso que depois daqueles 2 dias de voos diretos, e depois de ver as cenas registradas, agradeci a Deus por estar vivo, mais uma vez (já caí de ultraleve num trabalho e só vivi porque caímos no mar!).
Então vamos a umas dicas que serão muito importantes caso você precise fazer um registro aéreo.
10 Dicas para filmagem aérea
01- Primeiramente o piloto deve ser experiente com gravações aéreas. 40% da qualidade final das imagens deve-se a ele. Explicarei mais a frente o porquê.
02- A porta da aeronave deve ser retirada. Isso não é proibido! Pilotos sem experiência dizem que é pois caso aconteça algum acidente a responsabilidade será deles.
Eu dando as instruções ao Cmte. Marcos de como seriam feitas as imagens |
01- Primeiramente o piloto deve ser experiente com gravações aéreas. 40% da qualidade final das imagens deve-se a ele. Explicarei mais a frente o porquê.
02- A porta da aeronave deve ser retirada. Isso não é proibido! Pilotos sem experiência dizem que é pois caso aconteça algum acidente a responsabilidade será deles.
03- Se a aeronave for de 4 lugares, sente-se no banco de trás oposto ao do piloto. Assim você estará no campo de visão dele. Coloque o cinto e sente-se de lado no banco com as pernas para fora. Eu gravo em pé, na lateral, com os pés no estribo e apenas encostado no banco. Claro que uso um cinto de 4 pontas. No seu caso, fique de ladinho mesmo.
04- Não esqueça de um cabo para prender a câmera ao seu corpo (isso é obrigatório pelas regras da aviação civil). Retire também partes móveis e que podem se soltar da câmera, tais como espuma de microfone e parassol. A força do vento arranca esses acessórios.
05- Importante: No banco da frente o reflexo do vidro atrapalha. Com porta não rola!
Combine gestuais de movimentos da aeronave com o piloto. Os fones com microfone que normalmente se utilizam não funcionam com a gente. Atrapalham o ajuste da câmera com o rosto além do vento entrar no microfone e só transmitir ruído.
06- Preparado para gravar? câmeras de ombro dão mais estabilidade que as hand held (tipo Z7). Não utilize zoom in/out. A aeronave que deve se aproximar do objeto ou local. É aí que entra a experiência do piloto. No meu caso o Cmte. Marcos que voa comigo é responsável pelo zoom e pelas pan. A câmera deve operar sempre com cena aberta. Se vc tiver acesso a filtros, utilize os UV que darão tons azuis espetaculares ao céu.
07- Fique atento a linha do horizonte. A aeronave é instável, se move muito. Então é fundamental um jogo de cintura para manter a cena sempre reta e paralela a linha do horizonte. Isso é primordial, fundamental e imprescindível. Cenas com horizontes tortos
são cenas perdidas. Cinegrafistas inexperientes acabam no meio da jornada esquecendo este item e tem seus trabalhos totalmente perdidos.
08- Arrasto de Pá. Outra surpresa que é descoberta depois que as imagens serão assistidas. Elas são imperceptíveis a olho nu e pelo view-finder. Mas depois aparecem como um efeito de strobe nas cenas. Esses arrastos do deslocamento do ar pelas pás da aeronave atingem o campo visual da metade para cima. Então se lembre de sempre estar apontado com a câmera para baixo.
09- Conheça o tipo de aeronave. Esquilo ou Bell possuem rotor curto e três pás, o que ajuda muito na estabilidade e na parada no ar. Se for um modelo Robinson complica mais pois essas aeronaves tem o rotor longo que gera muita vibração, além de possuir 2 pás.
05- Importante: No banco da frente o reflexo do vidro atrapalha. Com porta não rola!
Combine gestuais de movimentos da aeronave com o piloto. Os fones com microfone que normalmente se utilizam não funcionam com a gente. Atrapalham o ajuste da câmera com o rosto além do vento entrar no microfone e só transmitir ruído.
06- Preparado para gravar? câmeras de ombro dão mais estabilidade que as hand held (tipo Z7). Não utilize zoom in/out. A aeronave que deve se aproximar do objeto ou local. É aí que entra a experiência do piloto. No meu caso o Cmte. Marcos que voa comigo é responsável pelo zoom e pelas pan. A câmera deve operar sempre com cena aberta. Se vc tiver acesso a filtros, utilize os UV que darão tons azuis espetaculares ao céu.
07- Fique atento a linha do horizonte. A aeronave é instável, se move muito. Então é fundamental um jogo de cintura para manter a cena sempre reta e paralela a linha do horizonte. Isso é primordial, fundamental e imprescindível. Cenas com horizontes tortos
são cenas perdidas. Cinegrafistas inexperientes acabam no meio da jornada esquecendo este item e tem seus trabalhos totalmente perdidos.
08- Arrasto de Pá. Outra surpresa que é descoberta depois que as imagens serão assistidas. Elas são imperceptíveis a olho nu e pelo view-finder. Mas depois aparecem como um efeito de strobe nas cenas. Esses arrastos do deslocamento do ar pelas pás da aeronave atingem o campo visual da metade para cima. Então se lembre de sempre estar apontado com a câmera para baixo.
09- Conheça o tipo de aeronave. Esquilo ou Bell possuem rotor curto e três pás, o que ajuda muito na estabilidade e na parada no ar. Se for um modelo Robinson complica mais pois essas aeronaves tem o rotor longo que gera muita vibração, além de possuir 2 pás.
10- Existem movimentos de câmera que são maravilhosos mas que podem ter consequencias graves. Um exemplo é de cena onde haja ponte ou viaduto em que o helicóptero vai surgindo de baixo para cima, desvendando o tráfego sobre ela. Pode acontecer de algum motorista se assustar e acontecer algum acidente. Outra é passar próximo ou entre prédios. Se houver uma rajada repentina de ar, aí a queda é quase que um prêmio de consolação. Foi o que quase aconteceu com um parceiro que fazia aéreas para uma imobiliária. Portanto, evite esse tipo de cena e deixe elas para Hollywood!
No mais aproveite o voo, procure deixar a câmera em REC para utilizar as melhores cenas na edição. Grave inclusive a decolagem. E depois não se esqueça de nos contar como foi sua estréia.
No mais aproveite o voo, procure deixar a câmera em REC para utilizar as melhores cenas na edição. Grave inclusive a decolagem. E depois não se esqueça de nos contar como foi sua estréia.
Gravação aérea feita por mim e o cinegrafista Alex para um novo cerimonial