MATÉRIAS

sexta-feira, 7 de maio de 2010

INOVAR SEMPRE


Memory Produções Brasil no começo. Já pensando em ser diferente.

Algumas pessoas responderam a essa pergunta. Leia as respostas e veja aonde você se encaixa.

"Inovação é criar soluções viáveis para problemas que ninguém enxergava antes." Daniel Edmundson.
"É quebrar a forma convencional de fazer algo, com vantagens que façam essa mudança ser inevitável." Marcelo Eduardo.
"É a capacidade de surpreender, seja pela forma, pelo conteúdo ou pelo valor agregado". Daniel da Hora.
"É fazer antes o que os outros vão copiar depois". Bruno Queiroz.

Para o meu caso, eu ficaria com as duas últimas frases. Tem tudo a ver comigo. Lembro como se fosse hoje. Era 1984 e eu iria me casar. Trabalhava na TV em escala e o tempo que me sobrava era gerente de um videoclube que alugava fitas VHS, uma das duas locadoras que existiam em minha cidade na época. Um dos serviços da empresa, que se chamava Video Garden, era filmar casamentos. O proprietário, o lendário Raul Tremendão, foi músico da jovem guarda e fazia parte do conjunto que acompanhava Erasmo Carlos. Entre suas recordações, muitas fotos íntimas do grupo com os protagonistas daquela geração, como Roberto Carlos, Vanderléia, Martinha, Renato e seus Blue Caps entre tantos outros. E foi esse cara que filmou meu casamento. De 1984 pra cá, já se passaram mais de 25 anos e o registro de meu casamento ainda é completamente atual. Fruto da criatividade e inovação de um dinossauro do ie-ie-ie. Toda a vez que assisto ao meu vídeo, vejo que toda a visão poetica dele ainda se torna nova e surpreendente. E é assim que procuro fazer nos dias de hoje.
Lembro que, já como cinegrafista e com minha produtora montada, ficava imaginando novas formas de encantar meus clientes. Foi quando introduzi o trailer de filme nas minhas produções. Claro que naquela época não tínhamos a facilidade do Google para pesquisar o que os outros estavam fazendo, éramos mais acertivos do que meros copiões. Logo em seguida, quando começaram a aparecer as câmeras compactas, mais uma sacada me veio de bate-pronto: gravar a reação dos noivos dentro do carro onde a emoção está borbulhando no mais novo casal. E foi botar em prática e o sucesso estava feito. Todo trabalho pronto eu apresentava a equipe da TV para ouvir suas opiniões. E sempre que eu achava perfeito, cada um tinha mais um ingrediente a acrescentar. Naquela época onde os movimentos de câmeras eram lentos e singelos, já tinha doido que me sugeria colocar as imagens em "speed", tudo rapidinho. Como a TV não usava ainda desse recurso, o cliente não entendia e achava que era um defeito. Hoje é efeito!

E como num frenesi incessante, assistia inúmeras vezes o mesmo trabalho, procurando trazer algo que pudesse acrescentar de novo em algo que já era de vanguarda. E passamos a colocar depoimentos do casal nos vídeos, algo bem espontâneo, cada um falando para a câmera como se ela fosse o outro. E estava criado mais uma forma de mostrar os extremos da emoção. O coração de cada noivo num flagrante pré-nupcial.
Hoje me surpreendo quando vem um cliente indicado por outra produtora que não mais tem a data e apresento meu portfolio. Quando eles vêem cenas como a câmera dentro do carro ou um depoimento do casal à porta da igreja, olham pra mim e dizem: "Você faz igualzinho ao trabalho de fulano...". Confesso que por umas três vezes eu contava toda essa história para o casal, dizendo que quem idealizou e implantou esse formato, até então inédito, estava diante deles. E podia ler por entre a troca de olhares deles seus pensamentos, tipo "quem esse cara pensa que é?"......ou......"tá se achando". Então deixei o discursso de lado e passei apenas a ouvir, e engolir.

Quando eu tinha meus 7 anos de idade, meu pai trazia um monte de caixas de papelão e embalagens vazias para casa pois sabia que eu adorava montar miniaturas de casas e cidades com elas e brincar junto com meu irmão. Eu tinha uma coleção de bichinhos de plástico, tipo urso, gato, cachorro, porque em 1968 não existiam os videogames e a diversão infantil era muito diferente das gerações futuras. Então, montada a cidade de papelão, ficava horas brincando com os tais bichinhos e fazendo vozinhas para cada um deles, igual desenho animado. Anos se passaram e já na minha fase adulta e empresarial, ao editar um aniversário infantil e vendo o aniversariante de 4 anos abrir seus presentes e começar a brincar com um caminhãozinho no chão do cerimonial, minha mente voltou um século atrás (rs) e me vi naquele chão, com aquela criança. Eu me via empurrando o caminhão, fazendo o barulho do motor com a boca e colocando toda a minha coleção de bonequinhos na caçamba, e cada bonequinho conversando entre si, cada um com sua voz personalizada, fazendo daquele piso uma verdadeira estrada, e na embalagem aberta a garagem do brinquedo. Os olhos se enxeram de lágrimas e aí veio outra fascinante idéia. Dar vozes aos trechos de desenhos animados que inseríamos nas filmagens infantis. E assim explodimos no mercado, filmando e produzindo niver de terça a domingo e fazendo dublagens de trechos de desenhos para rodar no dia da festa. E não era qualquer voz. Procurava ao máximo buscar a semelhança do timbre de voz de cada personagem, assim tinha a maior facilidade de imitar o Mickey, o Pateta, o Scoobydoo e o Salsicha e mais outros tantos. E meus dois filhos que hoje atuam comigo, também herdaram o sangue do pai e também fazem suas imitações com perfeição que quase não se percebe a cópia do original.

Claro que com esses upgrades e talentos inseridos, o preço do nosso produto é mais elevado que o da concorrência. E nem todos fecham. Se apaixonam pelo trabalho mas nossos valores não cabem em seus orçamentos. E assim saem em busca de outro que possa atender dentro do tamanho de seu bolso. E que possam fazer da forma de fazemos! Assim vão aparecendo mais produtoras clones, ou cópias mesmo, que pegam sua idéia e as vendem como se fossem deles. Verdadeiros "chinguelingues paraguaios" que acabam penetrando no mercado, e que num mundo globalizado que gira, gira, e gira, volta ao criador que se surpreende com a pergunta: "Ué, você tá fazendo igualzinho ao fulano, né?".
Ossos do ofício.

Eu nunca vou criar algo, ou melhorar o que já existe, pensando que irá se perpetuar, ficar perfeitinho do jeito que eu produzi. Sei que terei "efeitos colaterais". Efeitos esses que se resumem a ser copiado descaradamente por concorrêntes que ficam na próxima esquina que a sua. Aproveito esses "efeitos colaterais" para buscar mais inovação e mudar meus patamares de competitividade, sempre, de forma contínua e sistematica.
Esse é custo pra quem quer estar sempre na vanguarda. Como meu amigo Raul Trermendão!
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