Acompanho há mais de 14 anos um dos maiores eventos em homenagem aos Beatles. Aliás, o maior evento do planeta: Festival Beatle Week in Liverpool/UK. Como todos os anos, a expectativa de tudo dar certo é o que mais me faz tremer, pois não posso esquecer de nenhum detalhe em uma cobertura deste tamanho. Principalmente porque em terras estrangeiras, o socorro pode não ser tão eficiente quanto o de nossa terrinha. E o compromisso de gravar, editar e enviar as matérias para os telejornais brasileiros em datas e horas marcadas, motivo maior que me leva todos os anos a cobrir este evento. Em 2001, dias antes das torres gêmeas serem atacadas, minha cobertura foi para a TV Globo local. E nessa época a maior dificuldade era de se ter notebook bom de edição e conexão rápida de internet para envio das matérias. Já agora, em 2012, minha cobertura foi para a Record Internacional, com 3 matérias a serem geradas, e uma local, para o SBT de Vitória/ES.
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Minha primeira parada: Madrid, num calor de 35 graus. |
Lembro aos viajantes que irão sair com seus equipamentos importados
para outros países, de que atualmente a Receita Federal não faz mais o controle
de saída e entrada de equipamentos. Caso você seja parado na volta com bagagem
à declarar, deve apresentar a nota fiscal dos equipamentos, ou sinais de uso
dos mesmos. Senão corre o risco de ter que pagar impostos sobre algo que já é
seu.
Saí de São Paulo rumo à Madrid em 21 de agosto, numa viagem de 11 horas de duração. Ao chegar em Madrid, aproveitei para conhecer a megalópole e seus principais pontos turísticos. Madrid estava infernal, com termômetros alcançando os 35 graus. Sem vento, com ar seco.
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Camarim do Cavern Club em Liverpool. Quente de fazer a câmera embaçar. |
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Microfone Sennheiser que literalmente me deixou "na podre". |
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Gravador Olympus LS-10 e Kodak Zi8. Back ups nas mãos de nossa produtora |
Já para estabilizar as imagens e ser prático para
transportar, optei por um monopé Manfrotto, modelo 561 BHDV, com o tradicional
pé de galinha. Me deu um conforto de operação com a cabeça hidráulica e com a
altura que ele me proporcionava, pois podia suspender a câmera acima da cabeça
do público. Em alguns momentos o monopé me serviu de steadicam. Eu equilibrava
o peso da câmera no seu centro de gravidade e suspendia com uma mão e começava
a andar. O resultado foi excelente. Em outros momentos, como na gravação no
lendário Cavern Club, onde não se pode tirar o pé do chão pois outro pé toma
seu espaço, o monopé serviu para as tomadas altas e o giro no próprio eixo.
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Trabalhando com monopé Manfrotto (em primeiro plano na frente do telão) |
Falando em Cavern Club, o night club mais famoso dos
Beatles, onde os Beatles, antes de se tornarem famosos, começaram exatamente a
tocar neste buraco. Literalmente um buraco. São 4 andares de subsolo em escada
de degraus, onde se sai de uma rua à noite, em torno dos 17 graus e se penetra numa
toca à uns 40 graus de vapor humano. Abafado, úmido e com cheiro de álcool e
mofo. Fatal para os cinegrafistas e fotógrafos desavisados que vão gravar lá
dentro. Se começar a operar o equipamento tão logo chegue da rua, simplesmente
a câmera condensa, se molha completamente e, se ela não tiver dispositivo de
desligamento automático, vai queimar seus circuitos internos. A lente é a
primeira a embaçar totalmente, sem direito de limpeza com uma flanela. A única
solução é chegar ao local com uma hora de antecedência e deixar a câmera se
aclimatar ao ambiente. E só depois disso ligá-la para a gravação. Antes disso é
correr risco de não gravar nada e ainda queimá-la. Foi isso que aconteceu com
uma equipe de TV brasileira. Chegaram no meio do evento com a câmera ligada e o
vapor tomou conta da filmadora. Não conseguiram gravar.
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Exemplo de como uma lente fica em mudanças bruscas de temperatura |
Outro desafio foi a decisão de que ilha levar para fazer
as edições, em full HD, converter para o formato de TV e ainda gerar as imagens
para as emissoras. Ah, e sem ter que gastar horrores com uma plataforma Mac. E
nossa decisão foi comprar um notebook DELL, modelo Inspiron 14R, 3ª Geração do
Processador Intel Core™ i5-3210M (2.5GHz até 3.1GHz com Intel Turbo Boost 2.0,
4 Threads, 3Mb Cache), Windows 7 Ultimate 64-Bit com Adobe Premiere CS5, Tela
LED HD, 6 GB de SDRAM DDR3 a 1600 MHz, Disco
Rígido 1TB, SATA (5400 RPM), Gravador de DVD/CD Dual Layer e Placa de Vídeo
Dedicada Nvidia GeForce GT 630M 128-bit 1GB. E ainda um HD externo Toshiba USB
3.0 de 1Tb para back up dos arquivos. Tudo custou R$ 2.500,00. E o pequeno
notebook deu conta do recado, sem travamentos, sem paus e com uma velocidade
razoável de tempo de render. Gostei tanto que já adquiri mais 2 DELL para
atender a demanda crescente da produtora e termos ilhas de edições portáteis
que poderão acompanhar os trabalhos externos.
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Estação DELL com i5 Geração 3. Não fez feio, aliás, surpreendeu |
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Repórter da Record Internacional e eu, correndo para preparar matéria, editar e gerar. |
E assim foi mais uma empreitada na terra dos Beatles. 7
dias de corre-corre, cobertura de 9 shows, gravação, edição e geração de 4
matérias e retorno ao Brasil. E convivendo de perto com um astro internacional do Heavy Metal: Andreas Kisser, baterista do Sepultura.
EQUIPAMENTOS QUE FORAM UTILIZADOS
EQUIPAMENTOS QUE FORAM UTILIZADOS
01 filmadora Sony NX5 (www.bhvideo.com.br)
01 LED HDV Z96 (www.lucaslapa.com.br)
01 HD Toshiba Canvio USB 3.0 (Mercado Livre)
01 Monopé Manfrotto 561 BHDV (Fábio Burini Eq. Fotográficos)
01 gravador Olympus LS-10
01 Filmadora Kodak Zi8 c/ Grande angular
01 microfone Sennheiser G3 100 (não funcionou)
01 microfone Sennheiser G3 100 (não funcionou)
01 Notebook DELL Inspiron 14R i5 (www.dell.com.br)
No ano que vem tem mais. Manterei vocês informados.
Grande abraço.
Matéria de TV que foi ao ar no Jornal da Record