Gravação de processo industrial. Requer cursos especializados e todos os equipamentos de proteção individual
Um segmento que cresce a passos largos embalado pela expansão das grandes empresas e da febre do pré-sal. Mas não se engane. Não basta apenas saber filmar. Esse trabalho requer conhecimento lógico, entender do negócio do cliente e lhe trazer soluções e, principalmente, fazer cursos importantes para estar habilitado a mergulhar em oceanos navegados por poucos.É neste segmento que a Memory Brasil tem expertise a mais de 12 anos. E neste ramo, tempo de trabalho, experiência, é documento. Para se ter uma ideia, praticamente todos os cinegrafistas que contratei para cobrir área industrial, não retornaram com um material que, pode-se dizer, profissional. Sempre deixaram muito a desejar, sem falar que pelas imagens, nitidamente se percebia que estavam filmando a esmo, sem entender o processo do cliente.
A filmagem deve começar, preferencialmente, no início das obras.
E não é fácil. Imagine que você chega com sua câmera debaixo do braço e seu cliente, um tecnico em PEAP (perfuração em águas profundas) que começa a despejar um monte de informação técnica, esquemas industriais, projetos...é uma aula de engenharia que você deve entender em alguns minutos, ou algumas horas se fizer uma pré-reunião ou visita téc
nica. E ao gravar o processo, realmente você tem que entender a cabeça do cliente, seu trabalho, e transformar tudo em vídeo. Os detalhes fazem a diferença. Então não adianta operar com cena aberta. E alguns processos industriais não se repetem facilmente. Se perde a cena, perde o trabalho.
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Trabalho gratificante, prazeiroso e que me enche de orgulho |
Procure sempre registrar em pontos pré-determinados. Assim pode-se fazer uma edição em high-speed.
Mas vamos falar do trabalho em si.
Para quem pretende mergulhar nessa área, precisa das qualidades citadas, além de cursos de Segurança e Saúde (existem várias empresas especializadas em todo o Brasil), ASO (saúde ocupacional), curso de trabalho em altura, espaços confinados, direção defensiva (para acessar área industrial com carro), possuir todos os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual: Botas, óculos de proteção, capacete, protetor auricular, luvas de couro ou de raspa, perneiras, máscaras, grampo para trabalhos em altura), etc. Hoje a Petrobras é uma das poucas empresas que exigem esse treinamento. Sem esses requisitos, sequer pisamos no complexo. Sem falar que a produtora de vídeo não pode ser de fundo de quintal. Deve ser empresa registrada e ter seus impostos em dia.
A imagem não deve mostrar apenas obras. Deve contar uma história de como tudo começou e como vai ficar.
Passada a peneira, lá vamos nós trabalhar na filmagem industrial. Existem vários segmentos dentro deste nicho. Alguns deles são:
- Acompanhamento de Obras;
- Filmagem Subaquática;
- Filmagem de Briefing de Segurança;
- Processos Industriais;
- Filmagem para Treinamento de Novos equipamentos;
- Cinegrafia para Alpinismo Industrial.
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O treinamento é fundamental para quem trabalha em área industrial |
Para a Filmagem Subaquática eu diria que o "buraco é mais embaixo" pois além te todo o treinamento que falei, ainda tem mais, que é o treinamento de mergulho, exames de condicionamento físico, sem falar no equipamento de vídeo específico, como a Caixa Estanque que blinda a câmera para mergulho e iluminação submersa. Essa função é compensadora. Gera entre R$ 800,00 a R$ 1.500,00 por hora disponibilizada, podendo ser até mais caro, conforme o grau de periculosidade do trabalho.
Para a Filmagem de Briefing de Segurança, tudo parte de um roteiro tecnico que deve ser fornecido pelo cliente e adaptado por um roteirista técnico audiovisual. Este é um filme cada vez mais exigido por empresas que tem seu parque industrial com níveis de perigo e acessibilidade limitada, mas que precisam receber visitantes, técnicos e comunidade em sua área. Trata-se de um vídeo que mostra passo-a-passo o que pode e o que nção pode fazer para acessar uma área industrial, onde ir, onde não tocar, o que fazer em caso de abandono de área, etc. Para meados de 2012 toda empresa industrial será obrigada a ter um filme desses em sua portaria e recepção.
Antes de começar, toda a equipe deve estar antenada no passo-a-passo das cenas.
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O uso de EPIs em áreas industriais é obrigatório, apesar de atrapalhar um pouco |
Cinegrafia para Alpinismo Industrial. Apesar de não ter na minha equipe pessoal especializado, eu mesmo já fiz essa função e me apaixonei. É um dos maiores nichos de mercado que não são explorados por produtora nenhuma na área industrial. Ficam restritas a eventos esportivos e afins. E dentro deste segmento, somente duas empresas no Brasil atendem ao processo industrial somente, sem vídeo. É um método revolucionário que se beneficia de técnicas e equipamentos do alpinismo tradicional. Esses profissionais migraram de esportes de alpinismo para o trabalho industrial em grandes empresas. E a área audiovisual não acompanhou. São trabalhos em locais altos, tipo em topos de guindastes e bases de plataformas onde é mais rápido, mais seguro e mais econômico subir por cordas do que montar andaimes. Irei criar um tópico exclusivo sobre esse assunto, pois tenho belas fotos que fiz durante este trabalho que executei pessoalmente. É inovador e fantástico.
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Toda produtora deve ter sua equipe treinada em Segurança e Saúde, além de trabalho em altura |
Pense nisso.
Nota do autor:
Keko Sinclair é videomaker industrial desde 1999 com cursos de especialização em Saúde e Segurança e sua empresa é a responsável pelos trabalhos audiovisuais de treinamento industrial de grandes empresas, tais como a Vale ES/MG, OilTanking, Polysius Krupp, ArcelorMittal, Petrobras, Odebrecht, Camargo Correia, Infraero, Transuíça, entre outras.
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