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sexta-feira, 2 de abril de 2010

A IMAGEM QUE NÃO FIZ


Era o dia 31 de agosto de 1997. Tinha acabado de sair de Liverpool na Inglaterra após a gravação do Festival BeatleWeek, o maior evento Beatles do mundo que acompanho até hoje. Cheguei em Paris no dia 30 para um merecido descanso e aproveitei para conhecer a Disney Paris. Meu hotel ficava exatamente ao lado de uma ponte chamada D'Alma e eu estava indo trocar de roupa pois passava o tempo todo "batendo perna". De repente um corre-corre alucinante de todos na rua, como se alguém previsse um atentado. Na verdade eu havia escutado um ruído, tipo explosão com vidros num som bem abafado. Eu estava com minha câmera debaixo do braço (minha saudosa Panasonic AG-456) e, como por impulso, corri pra lá também. Como não domino o francês, entendia alguma coisa da pronúncia "tragédie" com o nome "Lady Diana". Chegando na boca do túnel, pessoas se aglomerando, saquei a câmera no ombro e já me preparava para ligá-la quando fui cercado por alguns policiais franceses que disseram alguma coisa parecida com "não registre". E aquela tradicional e decisiva apontada de dedo pra sua cara dizendo, sem emitir som nenhum....."nem tente....".

Como não tinha credenciais de jornalista muito menos visto de trabalho, apenas de turista, preferi não arriscar e coloquei a câmera em baixo do braço, atento apenas para a movimentação de pessoas, policiais e um número cada vez maior de jornalistas, filmando e fotografando a esmo. E ser preso em outro país iria simplesmente estragar meu belo passeio. Naquele momento liguei para meu pai, no Brasil, contando a notícia em primeira mão. Logo mais ele teria a confirmação pelo Jornal Nacional do trágico acidente que matou a Princesa Lady Di e seu namorado. Ironia do destino, menos de duas semanas antes eu havia conhecido a Harrod's, a maior loja de departamentos do mundo, que fica em Londres e na qual o dono era o pai de Dodi. Paris estava agitadíssima pois Michael Jackson e Madonna estavam perambulando pela cidade das luzes.

Não foi daquela vez, afinal todo cinegrafista que extende suas passadas a outros continentes, sempre fica a busca de um flagrante excepcional que possa lhe render, além de notoriedade mundial (humildemente falando...rs), uma grana razoável pela imagem inédita. Mas o destino me informou que não era pra ser daquela vez. Por enquanto, só me sobrou essa história, da imagem que não fiz.



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